Queria te conhecer hoje e esquecer, apagar da lembrança que já andaste por minha vida, que já chegaste e já partiste.
E então conhecer seu sorriso pela primeira vez. E não ter de reviver o martírio de recordar o momento mágico e o deslumbramento que era te ver sorrindo. Um sorriso calmo e confiante, mas ao mesmo tempo arrebatador.
E seus olhos? Eu simplesmente não queria ter tido a oportunidade de colocá-los diante dos meus. Era muito encanto, ardor, veemência pulsando ali. Era inevitável deixar de encará-los diante de tanta sedução.
O privilégio de ter conhecido seu jeito, seus segredos, seus planos, seus anseios e hoje, tudo tão vazio me corta a alma, pois foi a melhor descoberta de tudo que eu sempre desejei dos sonhos e da vida.
Preferiria não ter provado suas carícias, seu beijo, seu toque mesmo sabendo da falta que hoje eles me fazem. Essa distância, esse esfacelamento que cada ausência tua fez de mim. Essas ausências estão comigo, são pedaços de ti, calçados em mim como feridas. Cada limite do teu corpo tinha um caco de mim. Eu tinha ciúmes desses cacos.
Pela cicatriz dos teus beijos no meu corpo, eu não arriscaria prová-los novamente, embora reconhecesse em seu beijo um gosto que eu jamais provei igual.
Queria te conhecer hoje e esquecer a sensação de tocar seu corpo, a sensação de sentir seu perfume, sentir a imensidão de seu abraço, de ter o coração nas nuvens. Porque ele despenca do infinito toda vez que eu teimo em relembrar nós dois juntinhos.
Porque a cada instante que meu coração bate, ainda sente saudades de você. Porque és todo o meu pensamento antes de dormir, e és o primeiro ao amanhecer.
(Janaina Marques)
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