12 de set. de 2008

Saudade




Saudades

Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte.
Que bem pensara vê-lo até à morte.
Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer! Para quê?...
Ah! como é vão! Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte.
Deve-nos ser sagrado como o pão!
Quantas vezes, Amor, já te esqueci, para mais doidamente me lembrar, mais doidamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar. Mais a saudade andasse presa a mim!

(Florbela Espanca)

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