Ela tomou um avião para o seu destino, mesmo sabendo, que aquele destino rimava com desatino. Na superfície vestida, havia uma paisagem repleta de transparências, que carregava uma nudez absolutamente nova e pronta para ser partilhada.
Seu corpo era um lugar onde as coisas ainda não podiam ser nomeadas. Era preciso acontecer uma operação delicada no corpo da letra. A mulher não existia.
Ela precisava ser inventada, contada, tocada, sentida, despida, desvelada.
Costurou um vestido para aquele momento, e sabia que era necessário um corte para se fazer um vestido- segunda pele, superfície que abriga aquilo de mais profundo. O corte era radical era corte em si, um ato, uma loucura. Era também aquilo que Blanchot dizia bem: '' ... fazemos poesia somente no puro lampejo do corte..."
Fazer vestido era como escrever cortar o infinito com palavras, dar contorno à violência do corpo imanente. Cobrir a paisagem da "carne afetada pela escrita e convidada ao devaneio", como bem já dizia Barthes.
Cortar o tecido na trama, para fazer emergir o feminino e a possibilidade de novas linhas era se deparar com aquilo que estava escrito e com a escritura do porvir.
Queria suas asas livres e desejava sentir a força da paisagem que desce sobre o corpo e revela as rememorações fotográficas do desejo.
Foi ao encontro disso...
Seu corpo era um lugar onde as coisas ainda não podiam ser nomeadas. Era preciso acontecer uma operação delicada no corpo da letra. A mulher não existia.
Ela precisava ser inventada, contada, tocada, sentida, despida, desvelada.
Costurou um vestido para aquele momento, e sabia que era necessário um corte para se fazer um vestido- segunda pele, superfície que abriga aquilo de mais profundo. O corte era radical era corte em si, um ato, uma loucura. Era também aquilo que Blanchot dizia bem: '' ... fazemos poesia somente no puro lampejo do corte..."
Fazer vestido era como escrever cortar o infinito com palavras, dar contorno à violência do corpo imanente. Cobrir a paisagem da "carne afetada pela escrita e convidada ao devaneio", como bem já dizia Barthes.
Cortar o tecido na trama, para fazer emergir o feminino e a possibilidade de novas linhas era se deparar com aquilo que estava escrito e com a escritura do porvir.
Queria suas asas livres e desejava sentir a força da paisagem que desce sobre o corpo e revela as rememorações fotográficas do desejo.
Foi ao encontro disso...
Fechou os olhos e as portas se abriram. Era a descoberta do mundo, amor saltando dos olhos. Uma brisa nos cabelos e um vento na pele fizeram com que ela sentisse a radical alteridade que se fazia presente.
Ele disse o essencial e o vestido saiu voando pelas mãos delicadas e precisas daquele que partilhava com ela o maior dos segredos.
Sem vestido e descoberta, vivia no corpo uma nudez inédita e libertadora.
Era uma cena bonita, quase um poema.
Ele só precisava de um céu cheio de estrelas e das palavras encantadas do poeta.
Ele disse o essencial e o vestido saiu voando pelas mãos delicadas e precisas daquele que partilhava com ela o maior dos segredos.
Sem vestido e descoberta, vivia no corpo uma nudez inédita e libertadora.
Era uma cena bonita, quase um poema.
Ele só precisava de um céu cheio de estrelas e das palavras encantadas do poeta.
http://flordebelalma.blogspot.com/ (um blog que eu adoro e dona desse texto maravilhoso)
Nenhum comentário:
Postar um comentário